





A nova versão da novela "Vale Tudo", de Manuela Dias, exibida no horário das 21h da Globo, mostra ao público Paolla Oliveira vivendo a personagem de Heleninha, filha da temida vilã Odete Roitman (Debora Bloch). w457
Na trama, ela é alcoolista, e também a por algumas dificuldades e conflitos envolvendo a sua família. De acordo com a psicologia cognitivo-comportamental (TCC), o alcoolismo é inferido como uma espécie de transtorno, acarretado de pensamentos disfuncionais, crenças e comportamentos inadequados.
Ao Purepeople, a psicóloga clínica Tatiane Paula relata que o uso em excesso do álcool pode iniciar como uma válvula de escape, muitas vezes, para lidar com emoções de cunho negativo, como a tristeza ou até mesmo a ansiedade, que afeta milhões de brasileiros.
Conforme o hábito, isso pode levar à dependência, tanto no âmbito físico, bem como psicológico: "O álcool é um depressor do sistema nervoso central. Seu consumo prolongado e em excesso pode levar a alterações químicas no cérebro, como a diminuição dos níveis de serotonina, um neurotransmissor associado ao bem-estar. Isso pode resultar em sintomas depressivos", pontua.
Além disso, ela destaca que a culpa pode ser ressaltada: "O álcool pode intensificar sentimento de culpa, inadequação e desesperança, especialmente quando a pessoa percebe que perdeu o controle sobre seu consumo”, frisou a especialista.
Paralelamente, existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento do alcoolismo. São eles a predisposição genética, além de influências do próprio ambiente, bem como o histórico familiar, diversos traumas e situações ligadas à saúde mental, como ansiedade e a depressão.
A TCC enfatiza a importância de identificar esses fatores e trabalhar para modificá-los ou gerenciá-los de forma eficaz. Também é importante ressaltar que a ingestão constante de álcool pode aumentar ainda mais a depressão:
"O hábito de beber pode agravar significativamente a depressão. O álcool pode oferecer alívio temporário dos sintomas depressivos, mas, a longo prazo, ele agrava a condição", menciona.
A psicóloga também explica: "A intoxicação crônica e as consequências negativas associadas, como problemas de relacionamento e perda de produtividade, podem aumentar sentimentos de desesperança e perpetuar um ciclo de depressão e consumo de álcool”, evidencia.
Quando são identificados os sintomas da depressão alcoólica, como tristeza constante, perda do interesse por atividades, mudanças no apetite e sono, fadiga, dificuldades para se concentrar, ou até mesmo culpa excessiva e pensamentos de suicídio, o tratamento deve ser integrado:
"A TCC pode ser uma ferramenta poderosa, ajudando o paciente a reconhecer e desafiar pensamentos disfuncionais, desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis e criar um plano de prevenção de recaídas", frisa a especialista.
Por fim, ela destaca que o apoio dos amigos e da família é fundamental: "Em muitos casos, o tratamento medicamentoso também pode ser necessário, sendo essencial a colaboração entre psicólogos e psiquiatras”, conclui.